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Casal de mulheres quer engravidar: entenda os procedimentos

Publicado 30 Jun 2016 – 05:41 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Recentemente o Conselho Federal de Medicina (CRM) aprovou uma resolução que garante aos  casais homossexuais o direito de recorrer à reprodução assistida para ter filhos. A ginecologista e obstetra Karla Giusti Zacharias, especialista em reprodução humana e coordenadora do Huntington Medicina Reprodutiva, explica que essa aprovação consiste na realização de tratamentos de reprodução assistida  a casais do mesmo sexo, desde que ambos assumam os direitos e deveres em relação à criança que vai nascer. 

"Anteriormente as regras não eram claras e cabia ao CRM aprovar as condições de cada casal. Hoje as normas contemplam a maioria dos casos, sendo necessária a provação do CRM caso um dos itens não possa ser obedecido", diz a médica. "No Brasil, esse processo é mais recente, mas, em outros países, já é comum casais homoafetivos recorrerem às técnicas de reprodução. Independente da qualidade ou do estado civil de suas uniões, qualquer um pode realizar o sonho de ter um filho", completa o ginecologista Renato de Oliveir, especialista em reprodução humana da Criogênesis. 

Gravidez de casais homossexuais

No caso de um  casal de mulheres que querem ter filhos, a recomendação é que que haja um doador de sêmen anônimo e uma delas poderá gestar o embrião, desde que tenha interesse e condições clínicas favoráveis.Caso contrário, uma parente de até quarto grau poderá gestar. 


A médica explica que a  escolha do sêmen pode ser intermediada pelo médico, mas a escolha das características do doador deve ser feita pelo casa. O banco de sêmen oferece uma lista que compreende características físicas (cor de olhos, cabelos, estatura, etc), tipo sanguíneo, etnia, profissão e hobby. "Pela legislação, o doador deve ser anônimo. Quando da doação do sêmen, ele assina o consentimento informado para tal, abrindo mão de direitos e também de deveres para com a criança a ser gerada através do seu gameta. Os dados de quem doa e de quem adquire o sêmen são sigilosos", afirma.

Ou seja, no caso da  gravidez de duas mulheres, nem elas e nem a criança terá nenhum tipo de contato com o doador, tampouco saberá informações sobre a identidade dele.

Fertilização dos óvulos

Depois da escolha do sêmen, é hora de fertilizar os óvulos, que podem ser provenientes de ambas as mulheres ou apenas de uma delas, desde que haja possibilidade clínica de obtenção desses óvulos. "É necessária a avaliação do potencial de fertilidade, na busca de possíveis causas de falhas do processo que não são aparentes, e também avaliação clínica para a gestação - pesquisa e tratamento de hipertensão, diabetes, doenças tireoidianas, etc", explica.

Além disso, esse é o momento de uma das decisões mais importantes: qual delas levará a gestação à frente. "Em alguns casos, uma das parceiras tem idade mais avançada ou tem piores condições clínicas ou de fertilidade para realizar o tratamento, então o médico pode aconselhar o que é melhor do ponto de vista clínico. Sempre são tomadas decisões nesse sentido de acordo com a preferência do casal, desde que orientados quanto a riscos e benefícios de um ou outro procedimento", diz.

Exames importantes na gestação

Confirmada a  gravidez do casal de mulheres, o pré-natal segue como qualquer outro, somente exigindo cuidados caso haja doença prévia ou durante a gestação, o que ocorreria mesmo se a concepção fosse através de meios naturais. "Em outras palavras: a terapia de reprodução assistida não aumenta riscos gestacionais", garante.

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