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Passar muito tempo em frente à TV é prejudicial

Publicado 30 Jun 2016 – 05:44 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Mariana Bueno

Do Bolsa de Bebê

Que ficar muito tempo em frente à  TV não faz bem para o  desenvolvimento das crianças todo mundo sabe. O desafio é mudar esse hábito, que acontece especialmente devido à falta de espaço para  brincar e à saída dos adultos para o trabalho. "As crianças estão mais voltadas ao  lazer em frente à TV e ao computador, que tem o mesmo efeito da TV", afirma a psicóloga Eliana de Barros Santos, coordenadora pedagógica do Colégio Global.

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Ela explica que a criança quando está vendo TV não se movimenta o quanto deveria e isso prejudica seu desenvolvimento  motor, compromete sua  formação e dificulta o desenvolvimento equilibrado dos seus  sentidos, além da questão da  obesidade. "Ela se movimenta pouco, fica passivamente assistindo o que se passa na telinha e não tem tempo suficiente para processar as informações que recebe em um ritmo imposto e pensado para que ela se desenvolva em um formato pré-concebido de consumidor final", observa.

Mesmo quando a  programação é selecionada e própria para a  idade, é um hábito ruim. A especialista explica que a criança até os sete anos precisa ter seu desenvolvimento físico e motor como prioridade. A movimentação do corpo é de grande importância para que ela se desenvolva de forma equilibrada e saudável. Mas, ao assistir uma programação, os seus outros sentidos acabam sendo postos de lado, com o foco permanecendo na visão e na audição. O resultado é a formação de um indivíduo com  d eficiências sutis no desenvolvimento. A criança pode ainda se "viciar" na programação da TV, bem como em computadores e jogos eletrônicos, e preterir as  relações sociais. "Essa criança pode desejar muito mais estar com seus eletrônicos que participar de uma atividade que envolva  relacionamento  pessoal. Observe um grupo de adolescentes e jovens adultos, muitos deles estão totalmente absortos com seus eletrônicos e perdendo a oportunidade de interagir com seus pares em tempo real. Isso também pode acontecer com as crianças e em grau muito mais elevado. Os  atrasos de desenvolvimento, comportamento agressivo, diminuição do desempenho na escola e obesidade são alguns dos efeitos nocivos", diz.

Cabe aos pais determinar o tempo que será permitido à criança ficar em frente à TV. Quanto menos tempo, melhor. A psicóloga cita uma pesquisa da Associação Americana de Pediatria que recentemente divulgou que menos de duas horas seria o tempo permitido (não o desejável) a uma criança em idade pré-escolar, incluindo também nessas horas o tempo dedicado ao computador, ao videogame, tablets e DVD. Segundo ela, a criança nada perde se deixar de ver TV e puder explorar o seu ambiente, brincar com sua  imaginação e buscar  entretenimento junto aos seus colegas e familiares. "É comprovado que modificar os hábitos de crianças em fase pré-escolar pode melhorar consideravelmente a sua competência global social e emocional, isto é, sua forma de interagir com o  mundo que a cerca. Os  pais devem sempre oferecer atividades diversificadas, a possibilidade de interação com colegas e sobretudo, a sua  companhia", afirma.

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