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Déficit de atenção em crianças: como identificar?

Publicado 30 Jun 2016 – 05:43 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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erca de 5% das crianças em idade escolar, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são portadoras de  Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, doença de origem genética, influenciada por fatores ambientais e orgânicos, que altera os neurotransmissores cerebrais que controlam funções essenciais, como atenção, organização, planejamento, cognição, motivação e atividade motora.

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Características do déficit de atenção

Na escola o transtorno fica mais evidente. A pedagoga Regina Helena Trinca, do suporte pedagógico do Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva, explica que as crianças que sofrem com o problema não conseguem permanecerem sentadas, nem prestar atenção no que a professora fala, anotar informações, fazer atividades e aprender as lições. Pelo contrário. São  crianças que não param quietas, agem sem pensar e cometem erros por distração. "Muitas vezes, fica evidente que a criança sabe o conteúdo, mas não acerta as respostas, porque se distrai com facilidade", diz.

Mas a especialista faz um alerta: o fato da criança ser muito agitada ou  apresentar baixo rendimento escolar não significa que ela sofra de TDAH. "Pensar assim não é correto, já que esses sintomas não são exclusivos desse transtorno, mas podem ser decorrentes de outras causas, como ansiedade, depressão, síndrome do pânico ou, até mesmo, ser apenas uma agitação normal", explica.

Diagnóstico

Para realizar o diagnóstico, é necessário tentar obter o máximo possível de dados sobre o comportamento da criança: se é indisciplinada, desorganizada, se apresenta tarefas mal feitas, se cuida mal do próprio material escolar, se tem dificuldade em se concentrar na leitura de textos mais longos e em permanecer sentado em uma atividade mais prolongada ou monótona. "A possibilidade do TDAH é considerada quando a criança não responde aos estímulos, não apresenta controle emocional e corporal, não tem autonomia na tomada de decisões e não consegue organizar ou planejar suas atividades, mesmo tendo uma orientação efetiva e contínua", afirma a pedagoga.

Quando o problema for identificado, é importante que a escola comunique aos pais, para que seja feita uma avaliação com profissional especializado, pois cada criança pode apresentar uma necessidade específica. "Para fazer o diagnóstico correto, os sintomas precisam manifestar-se em dois ambientes distintos. Normalmente, eles ocorrem em casa e na escola. A mãe, que geralmente acompanha a criança nos deveres de casa, percebe a agitação e a demora para a resolução das tarefas, assim como a professora, que nota o mesmo comportamento", diz.

Tratamento

A especialista alerta que o transtorno não deve ser motivo para que os responsáveis deixem de estabelecer limites para as crianças. E lembra que a maioria das dificuldades nesses casos tem relação com a competência cognitiva, a falta de organização e a apreensão de informações, mas não com a obediência. Ela ressalta que há ainda outros fatores que podem interferir de forma negativa no processo de aprendizagem, como problemas emocionais, crises familiares, o uso frequente de celulares e computadores, entre outros. "E nada disso tem a ver com transtorno de déficit de atenção", afirma.

Também devem ser levados em consideração alguns aspectos relativos à própria escola, como o projeto pedagógico, a capacitação dos professores e a infraestrutura, que podem ajudar ou atrapalhar a aprendizagem do aluno. "É preciso que o professor avalie as atividades propostas, a rotina da sala de aula e a sua própria postura, pois a motivação para estudar e aprender não é necessária somente para os estudantes com TDAH, e sim para todos os alunos", conclui.

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