null: nullpx
desenvolvimento-Mulher

Tecnologia pode atrapalhar desenvolvimento infantil

Publicado 30 Jun 2016 – 05:42 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
Compartilhar

Uma pesquisa realizada pela "Digital Diaries" mostrou que 57% das crianças até cinco anos de idade sabem utilizar aplicativos de smartphones, mas apenas 14% delas sabem amarrar os sapatos. Com a tecnologia fazendo parte naturalmente da vida dos pequenos, é natural que aprendam cada vez mais cedo a mexer nesses aparelhos. O problema é que as habilidades digitais estão se sobrepondo a etapas-chave do  desenvolvimento  infantil.

Leia também:

Momentos importantes da infância, como aprender a nadar ou a andar de bicicleta sem rodinhas, parecem estar ficando em segundo plano diante a imersão das crianças no mundo digital. "Essa pesquisa nos mostra que saber utilizar a tecnologia hoje é quase como respirar, uma obrigação. O desafio que os pais enfrentam agora, diante de questões como segurança e privacidade, é entender como educar e preparar as crianças nesse universo digital", afirma o diretor de Inovação do Instituto de Estudos de Gestão de Goldsmiths, da Universidade de Londres, Chris Brauer.

Crianças x tecnologia

Thinkstock

Para traçar um panorama de como as  crianças utilizam dispositivos tecnológicos a pesquisa entrevistou mais de 6 mil mães em 10 países, incluindo o Brasil. O resultado, segundo Brauer, mostrou a necessidade de promover um estilo de vida mais equilibrado no que diz respeito ao uso da tecnologia e o incentivo a atividades offline. "Gostando disso ou não, os pais possuem a enorme responsabilidade de educar seus filhos para que façam um uso produtivo e responsável dessas tecnologias digitais", diz.

Mas o que acontece é que muitos pais estão criando uma vida digital para seus filhos antes mesmo que eles possam andar, falar ou até mesmo antes de terem nascido.

Exposição infantil na rede

Thinkstock

No Brasil, 94% das mães já postaram  fotos dos filhos na internet antes que eles completassem um ano. As mais publicadas são as de recém-nascidos. Outro dado que chama a atenção é que 14% das mães já criaram uma conta de e-mail para seus bebês e 6% já criaram perfis para eles em redes sociais.

Tudo isso faz com que as crianças estejam imersas no mundo digital desde o nascimento e as habilidades digitais sejam aprendidas antes de atividades do 'mundo real' consideradas básicas. Mais de 60% das crianças de até cinco anos já sabe como ligar um computador, mas apenas 42% sabem o endereço de casa, tarefa que deveria ser muito mais importante.

Segurança das crianças online

Thinkstock

Após os seis anos, a internet passa a ser mais presente ainda na vida social das crianças. No Brasil, 97% delas usam a internet, o índie mais alto entre todos os países pesquisados. Esse comportamento gera - ou deveria gerar - novas responsabilidades para os pais, especialmente no que diz respeito à  segurança dos filhos. A pesquisa mostrou que 33% das mães brasileiras disseram não ter nenhum tipo de controle sobre o que seus filhos acessam . Menos de 10% delas acreditam que as brincadeiras digitais podem prejudicar as habilidades sociais de seus filhos e quase 19% temem que eles possam estar sujeitos à comportamentos agressivos ou à ciberbullyng. "As crianças hoje são apresentadas ao mundo pelas redes sociais e, com apenas alguns meses de idade, são muitas vezes 'acalmadas' com o uso de dispositivos como tablets e smartphones. Mas quanto tempo os pais gastam para pensar seriamente sobre as implicações de criar seus filhos no mundo conectado de hoje?", questiona Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG Brasil.

Segundo ele, já há indícios de que alguns comportamentos indesejáveis podem levar ao  ciberbullying na infância, e a passagem das crianças de redes virtuais especializadas para uma rede muito mais aberta, como o Facebook é maciça. "Os pais não podem ser complacentes ou excessivamente permissivos, pois crianças desta idade não estão emocionalmente preparadas para lidar com todas as experiências on-line. Pais que oferecem e permitem o uso de dispositivos conectados - o que inclui celulares, tablets, videogames- devem ser também responsáveis por garantir a segurança e a privacidade de seus filhos", afirma Tony Anscombe, Evangelista de Segurança da AVG Technologies.

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse