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O tempo voa...

Publicado 30 Jun 2016 – 08:14 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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O tempo voa. Eis que dois anos passaram e o seu bebê já é uma criança. Ainda ontem era um minúsculo serzinho indefeso e voraz, que mamava e dormia docemente aconchegado no seu colo. Não faz tanto tempo assim, engatinhava, mexia em tudo, resmungava dialetos incompreensíveis, decifrados apenas por você, mamãe-sabe-tudo que, imagina (!), chegou a algumas vezes se sentir insegura por achar não saber nada. E quando deu o primeiro passinho com aquele sapatinho pequenino? Parece incrível que um dia tenha servido no pezão que agora não só chuta em gol, como convida "Agola é o papai!". Todo aprendizado foi deliciosamente aprimorado mês a mês, semana a semana. O sorrisinho virou sorrisão, os bracinhos estendidos, um abração. Seu pimpolho corre e pula e não ri: dá sonoras gargalhadas. Foram dois anos de intensas emoções. Você olha pra trás e pensa: a vida é mágica. Mas mágica mesmo, você vai descobrir, é a nova fase que se inicia.

A partir dos dois anos, a criança começa a aprimorar a fala e a linguagem - aos três anos, formula frases completas e gramaticalmente corretas, possuindo um vocabulário entre 800 e mil palavras. Começa também a desenvolver aspectos básicos de independência e responsabilidade. Ela já sabe que é um ser separado de sua mãe e inicia a compreensão das diferenças entre os sexos masculino e feminino. Aos poucos, vai definindo com o que prefere brincar, o que gosta de comer e vestir, literalmente, inventando moda. É hora de incentivá-la a se vestir sozinha, escovar os dentes, calçar os próprios sapatos, almoçar à mesa junto com a família e sem a ajuda de ninguém. É um grande passo para ela e uma conquista também para você, que ganhará preciosos momentos de liberdade.

Vire sapo, leão, tome banho de lama feito o Shrek, solte pum na água, solte o riso. Sim, você pode, ninguém está olhando. Aproveite pra ser criança também


Seu fã número um

Se antes as suas palavras, tons de voz e expressões faciais eram a estrela-guia do bebê, nessa fase seus exemplos também vão contar - e muito. Prepare-se para ser adoravelmente imitada nos mínimos detalhes, do jeito de andar ao modo de segurar a caneta. Os holofotes estão focados em você e há um fã atento na platéia pronto para aplaudir - e reproduzir - tudo o que você faz e diz. Meninas vão vasculhar a penteadeira da mamãe em busca de batons, brincos, colares, acessórios que as transformarão em engraçadas peruazinhas. Meninos vão experimentar aquela camisa GG do papai onde cabem três deles, cujas mangas penduradas lembram enormes bonecos mamulengos. Mas, cuidado, não só nossas virtudes e qualidades estão na mira dos olhos atentos dos baixinhos. Evite discussões, palavrões, maus hábitos, bem, o que não quiser que o seu amado miquinho faça na frente das visitas. Nem ao longo da vida.

Um verdadeiro membro da família

Você se dedicou de corpo e alma ao bendito fruto até aqui, e eis que, de repente, a coisa inverte: ele se transforma no mais dedicado mini-ajudante da sua tripla jornada. É muito importante para o desenvolvimento da auto-estima da criança se sentir participativa, útil, parte ativa no núcleo familiar. Incentive-a a ajudar com pequenas tarefas. Está lavando a louça? Deixe-a tirar o sabão sob a água para você. Colocando roupas na máquina de lavar? Dê pequenas peças para o filhote "acertar" dentro do bojo ou peça para ele ir alcançando-as do cesto. Apagar as luzes da casa, ligar a televisão, abrir a caixinha do correio e pescar a correspondência, chamar ao elevador, acionar o controle-remoto da garagem, tampar o tubo da pasta de dente, distribuir os guardanapos para os convidados da reunião informal de amigos são pequenas ações, grandes diversões e, com certeza, aulas fundamentais na formação do senso de responsabilidade e colaboração.

Brincar é tarefa séria

Se deveres são necessários, brincadeiras são imprescindíveis. Você já deve ter ouvido a opinião dos especialistas que dizem: "Mais importante que a quantidade é a qualidade do tempo que você dedica ao seu filho". E aos dois, três anos, como eles têm energia para gastar - a deles e a nossa! Brinque, pule, dance, invente teatrinhos, jogos, músicas, desenhe aquele coelhinho que a sua filha aponta e vibra "É um gato!!!", pinte, cante, jogue bola, conte historinhas, rasteje pela sala grunhindo e imitando bichos e seres imaginários. Vire sapo, leão, tome banho de lama feito o Shrek, solte pum na água, solte o riso. Sim, você pode, ninguém está olhando. Aproveite pra ser criança também. E se, ao final da brincadeira você for esmagada de abraços e sufocada de beijos, solte as lágrimas. De novo: ninguém está olhando.

A imaginação é um grande aliado da criança nesse início de entendimento do mundo. Amigos imaginários são comuns e auxiliam no processo de consolidação e interpretação dos sentimentos, ajudam os pequenos a superar dores e frustrações com as quais ainda não sabem lidar. Também passam a compreender que outras pessoas possuem seus próprios sentimentos, e a respeitá-los. Que má-criação é punida - ou deveria ser - e boas ações recompensadas. Que há o certo e o errado, e que toda a ação tem uma reação igual e em sentido contrário - mesmo não tendo estudado ainda a Terceira Lei de Newton. A partir dos três anos, começam a aprender padrões de comportamento e a construir laços de amizade.

Crescendo...

É uma etapa de desaceleração do crescimento - não, eles não vão parar de crescer, mas você não vai mais precisar comprar um par de sandálias novas por mês e doá-lo ao filho da sua comadre praticamente novinho em folha. Você já consegue usar uma mesma roupinha por duas estações e, adquirindo um número acima, quem sabe aproveitar de um ano para o outro. Alívio para o bolso é também o quesito "abandono das fraldas", agora descartáveis mesmo. Ok, as noturnas perdurarão por algum tempo, mas o que é uma fralda por dia para quem gastava quatro ou cinco? E só em não ter que carregar aquelas sofríveis e pesadas bolsas acolchoadas repletas de lencinhos umedecidos, mudas de roupa, pomadinhas e cremes contra assaduras, e poder voltar a usar aquela velha e companheira bolsinha a tiracolo, uau, é motivo para soltar fogos de artifícios. Pensando bem, esqueçam: não é recomendável fazer isso perto das crianças.

Aos dois anos, a maioria das crianças já tem uma dentição de leite completa, ou seja, uma arcada com 20 dentinhos. A alimentação nessa fase pode ser a mesma da família, com algumas ressalvas no preparo, criatividade na apresentação da comida e a introdução de novos itens, sabores e texturas que gradualmente serão incorporados aos hábitos alimentares dos pequenos. A desaceleração do crescimento reflete na diminuição do apetite. Não se desespere se um dia seu filho comer bem, e no outro não quiser nem olhar para o prato.

Tampouco se hoje adora beterraba e amanhã diz que não gosta. Continue oferecendo de tudo normalmente, de preferência, alimentos naturais e nutritivos, com mais de uma opção para a criança escolher. Mas, é claro, fique atenta à curva de desenvolvimento - aquela tabela usada pelo pediatra para saber se o seu filho cresce e ganha peso de forma adequada. Criança magra não pode ser sinônimo de criança desnutrida, certo?

Ah, quanta descoberta, quanta novidade... É um mundo novo que inicia para o seu filhote e para você. E, a partir de agora, também para nós do Bolsa de Mulher, que abrimos esse espaço para caminharmos ao seu lado, abordando semanalmente assuntos do seu interesse, trazendo novidades, consultando especialistas, esclarecendo dúvidas, dando conselhos e, claro, interagindo com você, que pode mandar críticas, comentários e sugestões à vontade.

Nossa parte é, com seriedade, leveza e responsabilidade, disponibilizar um excelente conteúdo recheado de importantes informações. A sua parte é curtir ao máximo essa fase gostosa da vida, aproveitando cada minuto. Porque o tempo voa!

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