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Brincar é educar

Publicado 30 Jun 2016 – 08:14 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Criança gosta de brincar. Gosta e precisa. Mas será que nossos filhos estão brincando corretamente? A brincadeira tem que ter qualidade e a criança necessita do adulto para aprender a brincar. Uma boa brincadeira contribui para desenvolver a criatividade, a tolerância à frustração, o respeito às regras, a capacidade de superar obstáculos e de vencer desafios.

Parece simples, se não fosse o fato de que as crianças não nascem sabendo brincar. O papel do adulto é fundamental na construção desse hábito tão saudável e cada vez menos freqüente na infância. Crianças que brincam muito são mais seguras, mais criativas e mais felizes na vida adulta. E, durante a infância, tornam-se mais pacientes e menos agitadas simplesmente porque brincam.

Hoje nossos filhos têm ao seu alcance TV, DVD, computador, ipod, e outros. O que é ótimo, pois precisam conviver desde cedo com a tecnologia que já é parte do cotidiano. Não se trata, portanto, de excluir da vida dos pequenos todo esse aparato, mas é preciso não esquecer a bola, a corda, os jogos e afins. Sair da frente do computador para brincar de esconder, por exemplo, possibilita a criança sair de uma postura passiva para ativa, além de dar vazão ao potencial expansivo próprio da infância.

Os jogos estimulam a inteligência, a socialização, a imaginação e criatividade, favorecem o despertar das possibilidades e o reconhecimento das limitações e dificuldades


É importante que você dedique um tempo para brincar com seu filho. Ele sozinho saberá apenas as brincadeiras direcionadas da escola ou o lazer proporcionado pelos eletro-eletrônicos que possui. Amplie o universo do lúdico. Tire do baú as brincadeiras de pique, amarelinha, estátua, vivo ou morto. Pule corda, jogue bola ou coloque na mesa um joguinho de tabuleiro. Revisite sua infância para facilitar a variedade das brincadeiras. Seja inventivo. E não se desespere porque bastam apenas alguns minutos diários nessa função. Gaste um tempo brincando agora para que seu filho saiba brincar sempre. E, claro, disponibilize os brinquedos que farão parte do repertório escolhido.

É fundamental garantir que a criança tenha, sempre, seu tempo para gastar apenas brincando. Cuidado ao organizar a agenda de atividades extras como natação, dança, judô, inglês... Lembre-se que a criança precisa ter um bom espaço entre o colégio e os cursos especializados para brincar e fazer suas tarefas escolares com tranqüilidade. Lembre-se também que, certamente, ela vai querer um tempo para ver seu programa favorito na TV, assistir a um filme em DVD ou jogar no computador. Organizar o tempo diário da criança é tarefa dos pais até que ela própria tenha criado o hábito de dividir-se entre todas as atividades, sem prejuízo de nenhuma delas.

Outro ponto que não pode ser esquecido quando se fala em brincadeira é o desenvolvimento emocional. O hábito de brincar favorece a formação do vínculo afetivo porque envolve respeito ao outro e ensina a fazer escolhas. O melhor de tudo é saber que, junto com todo o pacote, você também contempla outros aspectos do desenvolvimento infantil. Os jogos estimulam a inteligência, a socialização, a imaginação e criatividade, favorecem o despertar das possibilidades e o reconhecimento das limitações e dificuldades. Não é perfeito saber que você pode educar muito se desgastando pouco? Portanto, brinque. Brinque muito, porque durante a infância brincadeira é coisa séria.

Lucíola Agostini é psicopedagoga clínica, pedagoga e dinamizadora de oficinas nas áreas de educação, teatro e vídeo do Apprendere Espaço Psicopedagógico.

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