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Pele de bebê

Publicado 30 Jun 2016 – 05:42 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Cheiroso, fofinho, delicado, macio... Huuum... Não faltam adjetivos para classificarmos um neném. Além de tudo isso - e ainda pequeno, indefeso, lindinho - o bebê possui uma pele pra lá de delicada. Fininha e sensível ao extremo, ela exige um tratamento especial para se manter saudável. Segundo o presidente do departamento científico de dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Rubens Marcelo Leite, os cuidados começam com uma limpeza adequada, hidratação e proteção solar apropriada.

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A pele de um bebê possui maior teor de água e chega a ter menos da metade da espessura da pele de uma pessoa adulta, o que faz com que seja menos resistente. Neste primeiro momento da vida, a criança está se adaptando ao mundo, ao ar, à iluminação e às mudanças de temperatura, e seu corpo ainda não está preparado para lidar com tudo isso. Apesar de suas qualidades (ou por causa delas), é muito comum que a pele descasque, escame ou fique vermelha nos primeiros dias após o nascimento. Também há outras alterações normais, que podem ser resolvidas com uma pomada suave.

No mercado, os filtros solares para crianças geralmente contêm um pouco de químico e muito de físico. Menores de seis meses devem usar protetores que na composição contenham somente substâncias físicas


A dermatologista pediátrica Ana Mósca, da Sociedade de Dermatologia do Rio de Janeiro, diz que "bolinhas vermelhas" transitórias aparecem já nas primeiras horas de vida e não possuem tratamento específico: "O eritema tóxico neonatal é composto de lesões benignas que são comuns nos recém-nascidos. O melhor é observar e acompanhar, pois desaparece em alguns dias. Não se deve confundir, porém, com a acne neonatal, que pode gerar cicatrizes. Para que a mamãe não fique confusa, é bom esclarecer com o pediatra", explica Ana.

O dermatologista Rubens Leite afirma que outro problema comum, de origem alérgica, é a dermatite atópica, caracterizada por vermelhidão e bolinhas ou manchas com coceira atingindo principalmente as bochechas, a lateral dos braços e das pernas. Ela normalmente aparece em crianças que têm histórico familiar de alergia. Mais um fator que exige acompanhamento, mas não constitui maior gravidade, é o surgimento de casquinhas amareladas aderentes ao couro cabeludo, associado a vermelhidão e escamação: "É a chamada dermatite seborréica, que ocorre por estimulação das glândulas sebáceas pelos hormônios da mãe, ainda presentes no organismo do bebê", esclarece Rubens.

Nesta fase, há também menor quantidade de pêlos e uma maior dificuldade em manter a temperatura do corpo, o que pode gerar erupções cutâneas constantes. Segundo Rubens Leite, a pele dos bebês é muito sensível ao calor e à luz do sol, e, por isso, tem maior tendência a desenvolver brotoejas (entupimento de glândulas sudoríparas): "As brotoejas, ou miliárias, que são bolinhas vermelhas em áreas de maior suor, são causadas principalmente pelo calor excessivo, seja pela temperatura do ambiente ou por roupas em excesso", explica. Por este motivo, é aconselhável o uso de roupinhas leves e arejadas no verão, por exemplo.

Além disso, o processo de produção de melanina, responsável pela coloração da pele, é ainda lento nos bebês, o que os torna mais sensíveis aos raios ultravioletas. Rubens Leite ressalta que os filtros solares só devem ser aplicados após os seis meses de idade, pois a ação desses protetores pode ser tóxica e causar alergias aos recém-nascidos.

Sobre a utilização de filtros infantis, Ana Mósca faz uma ressalva: "Os produtos infantis apresentam uma quantidade muito menor de protetores químicos e uma quantidade maior de substâncias físicas do que os de adultos. Os protetores físicos são pós de origem mineral, inertes, que são hipoalergênicos e desenvolvem uma barreira importante na pele. No mercado, os filtros solares para crianças geralmente contêm um pouco de químico e muito de físico. Menores de seis meses devem usar protetores que na composição contenham somente substâncias físicas", destaca a dermatologista. A melhor solução ainda é evitar a exposição direta ao sol, especialmente entre as dez da manhã e as quatro horas da tarde, e usar chapéus, roupas e guarda-sol sempre que quiser ir à praia ou sair com seu filho num dia ensolarado.

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