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Você vai acabar se casando com a pessoa errada e não há como evitar isso

Publicado 19 Mar 2017 – 12:00 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Se você já tem data marcada para subir ao altar e aguarda ansiosamente o momento que considera o mais especial da vida, precisa estar ciente de um fato objetivo: em breve estará se casando com a pessoa errada.

Pelo menos segundo o escritor Alain de Botton que, em um artigo para o jornal The New York Times, explica sua visão pouco romântica do casamento, mas levanta importantes questionamentos sobre por que nos casamos, o que buscamos e o que levar em consideração ao desejar experimentar uma vida a dois.

Por que nos casamos com a pessoa errada?

De acordo com Botton, apesar de acreditar que estamos buscando felicidade no casamento, o que realmente procuramos é a sensação de familiaridade, o que pode complicar os planos que construímos de um ideal de alegria constante.

Procuramos recriar, em nossos relacionamentos adultos, os sentimentos que conhecemos na infância. O amor que a maioria de nós provou desde cedo foi muitas vezes confundido com outras dinâmicas mais destrutivas, como sentimentos de querer ajudar um adulto, de ser privado do calor dos pais ou insegurança para comunicar nossos desejos.

Então, quando crescemos, podemos acabar rejeitando certos candidatos para o casamento não porque eles sejam errados, mas justamente porque são certos, equilibrados, maduros, compreensivos e confiáveis demais. No fim, acabamos nos casamos com pessoas erradas porque não associamos ser amados com sentimentos felizes.

O autor ainda diz que muitas vezes casamos com a intenção de tornar permanente um bom sentimento. Imaginamos que subir ao altar nos ajudará manter eternamente a alegria que sentimos quando conhecemos a pessoa amada. No entanto, não conseguimos enxergar que não havia, de fato, uma conexão sólida entre os sentimentos felizes e a instituição do casamento.

A boa notícia, na visão do escritor, é que não importa se descobrimos cedo ou tarde que nos casamos com a pessoa errada. Não devemos abandonar o companheiro apenas baseado na ideia romântica sobre a qual a compreensão do casamento sempre se baseou: que existe um ser perfeito que pode satisfazer todas as nossas necessidades e todos os nossos anseios.

Precisamos substituir a visão romântica do casamento pelo conceito mais real de que todos passamos por frustrações, irritação e decepções e entender que nada disto é incomum ou motivo para o divórcio.

A filosofia de pessimismo, diz Botton, pode servir como boa solução para muita angústia e agitação em torno do casamento. O pessimismo alivia a excessiva pressão que nossa cultura romântica coloca sobre as uniões amorosas.

A pessoa que melhor se adapta a nós não é a pessoa que compartilha todos os nossos gostos, mas sim aquela que pode negociar as diferenças de forma inteligente e, por que não, entrar em desacordos.

Relacionamentos amorosos

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